sexta-feira, 28 de março de 2025

"Governo anuncia megaprojeto urbano em Lisboa. Serão construídas 25 mil casas e criados 200 mil empregos na nova metrópole"

 Consultar em executivedigest.sapo.pt20250328

..."objetivo de aumentar a quota de transporte público de 24% para 35% "...

..."visa melhorar a qualidade de vida na Área Metropolitana de Lisboa (AML), que alberga 28% da população portuguesa e 48% da população ativa. A estimativa é que o número de habitantes na região aumente em 7% até 2080."...


Planeamento para 2080... aumentar a quota de transporte público de 24% para 35%...

Com o problema ambiental que estamos a criar, ainda há quem pense que em 2080 vamos ter só 35% de transporte público...

Parece coisa de meninos dos papás... que continuam a viver nas nuvens... e não assentam os pés na terra que de facto temos, com o grande problema ambiental que estamos a criar para os nossos descendentes... estando posto em causa o nível de subsistência do ser humano na terra,  para além de grande parte da biodiversidade existente.

Talvez em 2080 o nível das águas já esteja tão elevado que uma parte desse território já não seja utilizável. E os problemas sociais criados já levem a que não sejam suportáveis tais megacidades... e a vida no interior já não seja uma opção, mas sim uma obrigação.

O país não é assim tão grande para que se continue a querer concentrar 50% da população ativa numa só cidade...

Isto é ainda mais terceiro mundismo que o que se fazia em intervenções pontuais nas ex-colónias.

Planear e estruturar para o futuro muito bem... mas sem arregimentar tal crescimento demográfico num único ponto a muito curto prazo. E a ser a longo prazo que seja com condições inevitáveis que terão que ser cumpridas... e o transporte público generalizado será inevitável.

Bem podiam os políticos portugueses dar também o exemplo e mostrar-se a utilizar diariamente o transporte público... desde o tesoureiro da junta de freguesia, ao presidente. Para não falar em tudo o que é funcionário público. E claro, desde funcionários dos ministérios a tudo o que são chefias.

Claro que ministros e demais... poderia não ser de utilização permanente, mas uma vez ou outra utilizarem o transporte público... não lhes caiam os pergaminhos, nem a família na desonra! E davam o exemplo e não vinham com propostas destas, onde interesses bem mais elevados prevalecem sobre o adequado planeamento.


quinta-feira, 13 de março de 2025

"Atenção, motociclistas: Alterações ao Código da Estrada entram em vigor esta quinta-feira e há boas notícias" - adaptação de 5% de afetação de parques de estacionamento para motociclos até 31/12/2025

 Consultar em: executivedigest.sapo 20250313

Nova redação do nº3 do Artigo 70º do Código da estrada (Dec.Lei 114/94 de 03/05:

... 3 - Para efeitos do número anterior, os parques e zonas de estacionamento localizados em vias urbanas disponibilizam pelo menos 5 % da área de estacionamento, com o mínimo de um lugar, para afetação exclusiva a motociclos e triciclos motorizados.

Artº 3º da Lei 24/2025 de 12/03:

"Norma transitória

As entidades responsáveis pelos parques e zonas de estacionamento, incluindo as autarquias locais, devem cumprir o disposto no n.º 3 do artigo 70.º do Código da Estrada, na redação dada pela presente lei, até 31 de dezembro de 2025"


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

LEI DOS SOLOS - revisão ...


No início dos anos noventa do século passado foram elaborados Planos Diretores Municipais (PDM's) em todo o país. E foram aprovados caso contrário não havia fundos europeus para os municípios faltosos.

No final dessa vaga de trabalho e inúmeras intervenções, foi determinado a todos os municípios para efectuarem as medições totais das áreas dos espaços urbanos existentes e a expandir, consagrados nesses PDM’s aprovados.

Para pasmo geral percebemos então que, tendo no país dez milhões de habitantes,  aprovamos espaço urbano para cinquenta milhões! Para cinco vezes mais do que a população que tínhamos… São números indicados pelas entidades nacionais à data. E nesses considerandos foi determinada a redução do espaço urbano para as futuras revisões dos PDM,s.

Com a revisão recente dos PDM,s poderá ter havido uma redução de área urbana nos planos de cinco ou dez por cento, sobretudo onde a propriedade não era “afiliada”. O que poderá  significar que agora temos ainda área urbana prevista para quarenta e cinco milhões de habitantes!

Tivemos na última meia dezena de anos uma "invasão" que será de cerca de um milhão de pessoas vindas do exterior... ou seja estaremos cá cerca de onze milhões, e temos espaço urbano para quarenta e cinco milhões...

No entanto, a localização que essa invasão de pessoas e os restantes compradores não residentes pretendem é que não é onde esse espaço urbano está previsto - pretende-se espaço urbano central, puro e duro!

E para isso há no país alguns interessados em fazer tábua rasa de tudo e de todos os conceitos técnicos para lho oferecer! Tem que haver nessa atitude alguma "mais valia" que não pode ser idónea.

De onde vem esta “imperiosa necessidade de mais espaço urbano” que ultrapassa tudo aquilo que foi planeado, revisto e novamente aprovado? Claro que esse espaço de expansão urbana não está onde a atitude especulativa de alguns afiliados tem os maiores interesses …

Está mais que visto que temos espaço urbano aprovado numa desproporção enorme, tendo sido oficialmente feito recentemente um grande esforço para o reduzir. Por isso vão lá fazer a construção que pretendem onde ela deve e pode ser feita. E a defesa desta atitude tem que ser dos organismos oficiais, e infelizmente não estamos a ver isso acontecer. Estamos em pleno palco a assistir ao contrário...

Com esta revisão da lei dos solos que nos impingiram faz-se tábua rasa de todos os estudos técnicos, das aprovações legais que se impunham, que se fizeram e que se discutiram, que cumpriram legalmente na definição de espaço urbano! Gastaram-se milhões para planear, para cumprir a lei como é necessário…

E agora estabelece-se um subterfúgio legislativo que pretere tudo e todos, declaradamente com interesses específicos de alguns, e de locais que na generalidade comprometem o devido ordenamento urbano. Caso contrário esses terrenos rústicos tinham sido logo alterados ao planear.

Declaradamente a falta de habitação que está a acontecer é específica; estamos a ver todos os dias aquisição de habitação urbana de localização privilegiada por estrangeiros não residentes, por fundos de investimento de grande poder económico, que têm sido motivadores dos valores desmesurados que atingiu a compra e o aluguer desses imóveis. A escassez daí resultante agrava os custos nas zonas já mais afastadas ao reduzir a oferta de habitação pronta que neste momento vemos!

Construa-se nos espaços urbanos não tão centralizados e é compensada a oferta e a procura correntes. E não se destruam espaços rurais e outros que nos planos são a defender.

Ou seja: esta atitude declarada de desordenamento e apropriação de espaço rústico não tem atitudes realistas, mas sim interesses velados de alguém que se considera acima de toda a ordem social, urbana e económica. Quais são os valores efectivos em causa?

Faz tanta falta o Sr. Eng. Valente de Oliveira a coordenar estas questões do ordenamento urbano… que deviam ser de técnicos conhecedores da área… técnicos que sejam sérios...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Revisão da lei dos solos em Portugal – a lotaria do planeamento sem sorteio...

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1.Para que Portugal pudesse integrar a comunidade europeia teve que disciplinar o território, teve que acabar com a desordem, teve que elaborar PDM,s e… aprová-los. Para isso foi vinculado que os que os não tivessem em vigor não podiam concorrer aos fundos europeus!!! Não vinha dinheiro.

Todos sabem dos interesses privados que se movem em Portugal no âmbito da construção.

No topo está a questão que modela a possibilidade de se poder construir ou não poder em determinado terreno – é o planeamento do território.

Por norma o planeamento não pode vir depois do interesse privado especulador, tem que o anteceder. Mas não fomos assim habituados durante muitas dezenas de anos.

2.Num passado não muito distante fomos exemplo de ordenamento no mundo com o planeamento da Baixa Pombalina e outras várias intervenções no pós terramoto, aplicando exemplarmente todo o conhecimento acumulado na “sala do risco” no Terreiro do Paço, núcleo estruturante de planeamento da engenharia militar portuguesa que modelava as intervenções urbanas das bases militares que se desenvolviam nas ex-colónias, estabelecendo eficazmente a relação com o rio ou o mar, suas vias de acesso e principalmente de saída eficaz em caso de necessidade, numa ordem funcional não apenas militar, mas também social e económica.

Esta estrutura era planeamento, com o “risco” a alinhar as ruas e as praças, o eixo entre o porto e o forte militar que permitia uma intervenção rápida, ordenando-se então a envolvente e tendo em conta os eixos de ligação ao território, e da sua adequação ao relevo.

Todo este conhecimento que transparece dos desenhos e documentos que herdamos dos nossos antepassados, objecto de exposições recentes, teve o seu expoente nas intervenções do pós-terramoto, onde fomos exemplo mundial com a ordem urbana e social implementada na reconstrução da Baixa Pombalina, onde sobressaiu a explícita e nobre defesa do interesse público por parte do restrito grupo dos envolvidos, numa atitude que os dignificou e enlevou Portugal no mundo.

3.Entretanto, com a explosão urbana da industrialização o que vimos acontecer depois foi perder-se completamente a objectividade da ordem urbana que tinha que anteceder a ocupação e o interesse individual.

E até criamos a disciplina do “loteamento” – uma intervenção particular que cria espaço público que vamos depois todos ter que manter. O espaço urbano é público, tem que ser criado pela ordem pública, e tem que anteceder a intervenção privada, que deve então ter grande liberdade de opção, mas só ao nível da edificação.

Essa ordem perdeu-se em grande parte nas ex-colónias (salvo casos pontuais) e perdeu-se cá também, deixando de haver quem “riscasse” primeiro a ordem pública. Na generalidade prevalecem os interesses privados… em cada canto e bolso, com o respectivo dono.

E não foi por acaso que nos impuseram a aprovação dos PDM’s… Perguntem ao Eng Valente de Oliveira que foi exemplar - tinha que haver planeamento urbano a anteceder a despesa pública comparticipada pela CE!

Pois agora temos planos, aprovados; e não só PDM’s.

4.E temos bem visível o mau exemplo do período mais recente que deixamos nas ex-colónias: - favelas desordenadas, bairros imensos sem alinhamentos ou acessibilidades, sem infra-estruturas públicas, que não passam de amontoados de casas e polos gerais de insalubridade e de ineficácia social.

É só quererem comparar nas fotos aéreas do Google os espaços urbanos desordenados que nós deixamos nesses países e a ordem dos espaços nos países de origem anglo-saxónica próxima. Quase sempre a diferença é abismal. Eles desenharam e infra-estruturaram primeiro e o particular e a edificação vêm depois, com toda a liberdade, mas com ordem… qualquer um percebe isso. A desordem urbana tem custos económicos e sociais incomportáveis.

5.Pois agora no entendimento de alguns que se consideram mais iluminados que todos os outros os planos que temos não servem a ordem urbana, e é preciso “ocupar” aquilo que os planos entenderam que não era de ocupar… Então para que serviu a despesa doida e o imenso tempo gasto a planear, a desenhar, a discutir, a obter consensos? É por não servir os interesses individuais momentâneos? Ou é uma brincadeira de sobranceria de quem não tem formação para a ordem urbana e social?

6.Infelizmente não transparece agora a defesa do interesse público por parte dos envolvidos nas decisões disciplinares do ordenamento (área restrita de pessoas que deu cartas no passado, onde os objectivos nobres se sobrepunham a interesses individuais), ao pretender agora deixar-se à motivação dos decisores locais a arregimentação para validação de intervenções pontuais com interesses específicos para além do planeado ou planeável...

7.Em conclusão, não é por acaso que o planeamento se faz antes de intervir. Quando se faz para não ser aplicado… abre-se a porta a movimentos especulativos que são o oposto de planear! Os PDM's que elaboramos estão válidos para todos, ou só para os "outros"...

Salvo melhor opinião vamos ter mais uma lotaria – o (des)ordenamento para além dos planos, onde vingam os interesses privados, em que a “uns” sai a taluda (sem sorteio).

Porque é que desta vez não ficamos fora dos “fundos europeus”? Faz-nos muita falta o Sr. Eng. Valente de Oliveira a mandar nesta área. Ou outro técnico como ele. Precisamos de um mínimo de ética, e de seriedade.

Esta não é uma questão de posição ou de oposição, não é uma questão de letra – é uma questão técnica, económica e social.

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

"Novo PDM de Braga aumenta área construtiva"

Consultar em: EcoSapo 20241231
E também: "Novo PDM de Braga alinhado com visão estratégica para desenvolvimento do território"
Consultar em vmsapo_2025.01.07

domingo, 17 de março de 2024

"No Pingo Doce “ninguém ganha menos de 1.100 euros. Quantos jornalistas ganham 1.100 euros quando começam a vida?"..."


QUEM GOVERNA OS NOSSOS BOLSOS TEM QUE SABER GERIR ou não pode lá estar... para que não queiramos ser radicais, à esquerda ou à direita...
Um artigo de eleição a consultar em: MadreMedia/Lusa 2024.03.17

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Decreto-Lei n.º 10/2024 - altera RJUE; RGEU; Código Civil e outros...

Decreto-Lei n.º 10/2024 de 08 de janeiro: Procede à reforma e simplificação dos licenciamentos no âmbito do urbanismo, ordenamento do território e indústria...

Consultar em Diário da República 20240108

Para quem andar à procura da alteração aí efetuada ao Dec. Lei 163/2006, apenas se encontra no final do decreto, em "Artº 24º Norma revogatória", conforme se transcreve, sendo revogados:

"e) Os n.os 1 e 2 do ponto 3.3.4 do anexo ao Decreto -Lei n.º 163/2006, de 8 de agosto;"